segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

Poema de quem vai



Na despedida do Rio
faço um poema piegas
logo seco o poema
resta um grão de sal.

Sais e lembranças
puxam água do ar,
e digamos que eu
me diplomei em chorar.

O grão incha em pedra
me pesa no bolso
desnivela a saia.
Quando fura o forro
e despenca no chão,

aí eu apanho na mão.
Então lhe dou nome: Saudade.
A pedra sussurra
que é tempo de voltar.


3 comentários:

Diogo disse...

Um poema quase romântico, hein...rs
Amar a cidade é bom. Eu a amo e odeio. E gosto de amar e de odiar. Acho que não odiaria se não amasse e vice-versa.
Diplomada em chorar é magnífico!

Anônimo disse...

joga a pedra n'água! (rs)Gosto muito da sua poesia...

Lavínia Saad disse...

Diogo, pois eh, no fundo acho que ficou meio piegas mesmo. Ah, deixa pra lah, tenho um lado piegas (pior: cafona) que transparece na poesia de vez em quando. Mas faco um esforco pra controlar.

A.E.: Idem, cara, idem.

Bjs