Um ventre estriado de tão prenhe
treme, gemendo se parte.
A terra páre antenas, caixas d’água.
Prédios despontam do lodo, sobem
ao teto do mundo.
E logo, tudo aquilo que se faz chão:
calçadas, ruas, poças, praças.
Das fendas do concreto brotam sedentas
as coisas monossilábicas e atentas:
pombas e ratos, traças e traças.
E tudo, na ponta dos pés,
agüarda.
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