sábado, 27 de dezembro de 2008

Quanta coisa vi neste mundo
Que não cabe no coração.

Vi torres de vento brotando no leito da cidade.
Contei os homens e suas catedrais.
As relvas de feltro. Maquinarias
infernais.

Capsula indocil!

Confesso: Queria ter a pele feito fibra de côco.
Em vez disso quando me nasci
Vestiram-me da cabeça aos pés
Com pelica de nêspera.

coração

ovo ermo
estala
chora
chora
pura clara.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008



Partem-se colunas
O teto range treme
Arqueia.
Parte-se o teto
O ceu verga chia
Cede.
Parte-se o ceu
O universo estala racha
Cai.
Resta o pano de fundo,
Escuro e moribundo,
Galaxias pipocam zombeteiras
Feito flores ribanceiras.
Pra que me serve o piso firme:
Desmorona, logo, vai.


terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Pronto.



Duzentos poemas entregues.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008



Homem-de-pedra,
Fendas e gretas no
Coracao.

Nem ecos te habitam, na tua
Cavernosa
Solidao.

E todo o tempo que escorre por este mundo
Ele deita em rios
Percorre os vazios
Gravando sulcos
No teu chao.


sábado, 12 de janeiro de 2008

Aconteceu-me esta vida,
E a ela aconteu: a poesia.

Encaixamo-nos em si,
Matrioskas. Bonecas pintadas
E ocas.

Plenas apenas
Umas nas outras,
Fixando o centro

Um miolo duro.