quarta-feira, 18 de julho de 2012

No ato de escrever
Me despedaço.
Pedra, bílis e aço.

Me refaz
Com suas artes
Mais que a soma
Das pífias partes

Quem aqui erra
E pausa
E lê.


terça-feira, 17 de julho de 2012

Poema fácil

Se talho um poema
E ninguém o lê
O verso é afinal
Exatamente
O que?

Se lanças estrofe
Num mar de píxeis
E ninguém a vê

Lançaste poeta
Exatamente
Porque?

segunda-feira, 9 de julho de 2012

F.F.


Tal qual dentes-de-leite
Rompendo a tenra barreira

Palavras, pulsando,
Exigem nascer.

Passo a ponta da língua
Pela dor-prazer.

Me é impossível--
impossível--
Não escrever.

quarta-feira, 13 de junho de 2012


Medusas, medusas, sereias.
A vida me aperta o braço
Até saltarem as veias.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

A plenitude de tudo que me rodeia,
 Eis apenas o que almejo.

Agarrar-me ao mundo
 fossem estes braços

caules de uma hera
Enraizar-me
Alastrar-me

Penetrando póros
Verdejantes capilares 
enrolando meus
Latejantes tentáculos
Pelas quinas

Deste mundo

Arruinar-me.

Eis o que desejo:
De tudo, a plenitude.