Um cômodo é feito
de camas e quinas.
Meu coração tem leito profundo
e comportas de represa.
Quem dera ser corda de varal:
simples e curvilínea.
No breu eu tropeço
em ninhos de nós.
As janelas recolhem
zumbidos, feixes de luz.
Tudo me tenta,
menos o sono fechado.
Me encasulo em meus pulmões.
Respiro e expelo coisas doídas.
Na noite vazia elas ressoam entre
paredes brancas, pontes, quinas.
Um comentário:
Acho que esse é o que mais gosto. Adoro a passagem do "varal".
Escrevo sobre o cotidiano, mas, no caso do "mago poeta", é uma estória, e o poeta uma personagem. É uma brincadeira com a poesia, é um sarro. No mundo imaginário do poeta, tudo é livre - para ele, uma vez Deus. E as pessoas cismam - mesmo sendo "donas", no momento que escrevem, do mundo - sempre na caretice (acho que essa não é a expressão mais feliz) da repetição da repetição... amor, dor, primaveras,... enfim. Não sei se fui claro..(rs)
Dá uma passada, se vc tiver tempo, no outro blog.
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