segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

Da cabeceira da mesa



Tem uns céticos, cá e lá
que me acham muito nova e
muito, mas muito pequena mesmo
pra falar de coisas tão antigas
que chegam a rachar os teus ossos,
e tão imensas que na verdade
nunca couberam em lugar
algum. Idéias, como torres,
altivas e solitárias e eu,
"tão pequenina que não pode ser."

Um aluno, esse me sangra
cada vez que piso na sala:
Você vai mudar a minha vida
ou o quê?

Zangado, implorando.
Meço meus poderes,
acho no fundo do bolso
uma miudez prateada,
uma coisa úmida e fria,
um peixe engasgando
na ponta de vida que lhe sobra.



3 comentários:

Ricardo disse...

Torres de marfim protegem bem certos indivíduos, ao menos, lhes dá essa impressão.

Quanto mais movimento, maior a mudança. Talvez seja este o caminho, estimular o movimento na direção certa.

jascha disse...

acho que entendi alguma coisa bonita la. achei no fundo da poema uma imagem prateada, coisa umida e fria. foi na ponta de vida e muito linda.

Anônimo disse...

Intensidade da vida, um ser a flor da existência. Beijo!