quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

Sou da pedra


Sou da pedra.
Já não sou mais
da espuma do mar.
Nem da flor nem da renda
nem do galopante vento
mais hoje sou eu.
Sou do minério,
duro e forte,
e mesmo na melancolia
a fria pedra me fez.
Não me tragam mais
teias d'aranha,
flores de ipê.
Nem colo mais eu quero.
Hoje, meu caro,
sou do asfalto,
nasço em jazigo e
morro na areia,
vim da pedra e
da dura pedra sou.

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