domingo, 17 de dezembro de 2006


Casa de fazenda


Eis a minha extensão—
um terreiro limpo e batido.
Aqui se secam
se malham
se trilham
se limpam
se rezam
cereais, legumes, preces, café.

Eis o meu balaio—
repare na minha palha, em feitio de alguidar.
Sou primo do baleio, que varre o grão da eira.
Aqui se carregam
tijolos
filhos
temores
cobranças
lembranças
rumores.

Eis o meu balcão—
Aqui se abrem se laçam se degolam se destripam
galinhas d’angola
codornas
pacas
febres
desfechos
corações.

Muita coisa
jorra da rubra terra.
Muita coisa
carrega uma fazenda.

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