segunda-feira, 25 de dezembro de 2006


Na casa dos trinta



Na casa dos vinte,
regia ainda o está-por-vir.
Fui por excelência
porta-bandeira do deixe-estar.
Dançava furiosamente
por ruas empedradas
com minhas saias rodadas,
uma pedra ardendo na testa.

Na casa dos trinta,
indecisão e inconseqüência
morrem afogadas—
uma na praia e a outra em alto-mar.
Não me resta outra opção.
Dobro e guardo a bandeira, as saias.
Tiro do bolso o mapa minúsculo
que me encaixaram
debaixo da língua quando nasci.
Ergo a vista, lanço a trilha.
Engreno a sina.



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