segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Sou



Coisa ferina
de testa amarela
no tempo incolor.
(Diz ele:)
Indesdobrável.
Indomesticável.
Saltando de mês em mês
em mês
como em pescoço de rês
de rês de rês.
Ai que delícia
espreitar presa na relva—
codorna gorducha,
menina sem dono,
cachimbo de flor.
Vára-me, raio de sol—
antes que te engula
como fiz com os outros.
No sol, no sol, no sol.


Um comentário:

Osvaldo Barreto disse...

Como é bom poder ler os seus poemas.
Mais uma vez Parabéns!!!