sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

Diurnas



I.

Debruçado sobre o perfume do asfalto
este teto de céu se agita e espuma—
(Ouça: na casa,
o ralo borbulha.)

O dia promete incertezas e
você se cala, soturna.


II.

Aves de rapina
traçam círculos
em descenção—

qualquer desfecho virá num mergulho feroz:
um brado estridente,
três penas em fuga,
qualquer luta
risívelmente em vão.


III.

Ou então: você e o dia
se entreolharão -- perspicazes, vasculhando.
Sem querer entregar
o próximo lance.

Um passo em falso e ele te arranca
peões,
te assassina
rainhas e reis.


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