quarta-feira, 28 de março de 2007

A fazenda



Da fazenda restou o sítio,
O campo talhado rente à sede
Feito bainha de saia.

Do sítio sobrou a casa,
Os pés de café virados pra porta
Como filhos ansiosos.

E depois ficou só o quarto,
Quatro paredes caiadas
E uma janela sem postigo.

E esse tempo todo,
Enquanto a sua rija geografia
Se recolhia para dentro de si,

Algo nele se desdobrava
Leve e evaporante
Como um guião de renda,

E se espalhava errante
Por correntes que desconhecem
As coisas duras e limítrofes.


NY, março de 2007

Um comentário:

Anônimo disse...

O TEU POETAR É FORTE

IMAGÉTICO

ENTREMEIO EM LUZ E SOMBRA

OBRIGADO

Pepe