segunda-feira, 26 de março de 2007

Quarto-de-dormir



Você acorda e morde logo um poema.
Sacode a cabeça feito um cão,
Testando a resiliência.
As pontas se esfarelam
Porém a estrutura resiste.

Eu saio da cama dando cambalhotas
Pela alcatifa de palavras.
As que eu esmago com as costas
Estilhaçam em sílabas.
Outras engancham no meu cabelo
E umas letras nos cílios.

De noite vai dar um trabalho daqueles
Varrer este quarto.
E depois ninguém terá
Nada mais a dizer.


NY, março de 2007

2 comentários:

Pollan disse...

o silêncio das letras.

un dress disse...

...a fazer do teu corpo-o-seu-corpo,


às vezes leve

às vezes louco..