quinta-feira, 29 de março de 2007

Abrigo

para M. Makeba


A voz erguida
sustém
um bemol liso e aberto
alça
sobre cada cabeça um teto
afixa
em cada corpo uma varanda
e ainda
põe nome na casa:
País

e quando a nota cessa
ela pousa leve
mente
mas

resta a
dor-fantasma
dum país

(país-fantasma)



NY, março de 2007

2 comentários:

un dress disse...

que haveríamos de fazer dos fantasmas

...senão convidá-los para o vinho?



abraçO lavinia

Letras de Babel disse...

a minha casa tem um nome grande:
mundo

nela estou eu e toda a dor
do pó que lhe entra
e toda a claridade
dos olhos duma criança

e tudo é pouco
para saciar e deter
um estômago ulcerado
e um pensamento armadilhado

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beijos
deste mundo fantasma


nan