domingo, 29 de abril de 2007



Tem dias que a poesia me pára e me preenche.
Tem horas que ela me vara e me esvazia.
Uma maré medonha.
Um acorde de bandolim.
A lua se aproximando e se distanciando,
Inchando e desinchando
O humor dos meus olhos,
Todo o conteúdo das minhas células.
Eu te digo: Tudo dentro de mim eu ponho a serviço
Da palavra, e mesmo assim nunca sei dizer
Quando ela me quer bem.
Ora cataplasma, ora ferida, ora gume de aço,
Ora mão tosca que empunha a espada,
Ora mão fina que me deita o curativo,
Ora a dor em si: palavra despida de sons.
Como e quando dizer, aqui termino eu e
Começa ela? Se já nem sei bem
A quem pertencem nossos nomes.


NY, abril de 2007

2 comentários:

un dress disse...

todos os nomes em ti

.

e todas as palavras

que insistem

:


fazer casa em nós


...



beijo.lavinia*

Anônimo disse...

e você me deixa doida, doidinha de pedra, já nem sei mais se sou eu ou se você é que é em mim... tuas palavras me encantam, me encafifam, e me querem, me dizem bem, é goiva fina a talhar a pedra... amo tua poesia e pronto e ponto