Todo o feitio da foice, da chuva, da bota.
As costuras do teu rosto,
Essa boca que se desfia,
Duas maos empedradas sangrando argila
E essas temporas toscas e muradas--
Tudo isso me lembra mundos
Que nunca vivi.
Mas as vezes eu acho
Que o fim das coisas
E onde elas realmente comecam.
A sola da bota.
Onde voce tombou, misterio, eu nasci:
Ali todo intervalo se contrai,
Porque o teu rosto --
Retrato, relato, museu --
Escorre no tempo
Desagua no meu.
1997
Nenhum comentário:
Postar um comentário