domingo, 1 de abril de 2007

Onde eu moro



Entre sístole e diástole
Na piscadela dos olhos
Na apnéia do mar
Entre os dedos dos pés
No vazio entre os seios
No vácuo da rosca
No alento que antecede
O como-vai, o bom-dia
No umbigo do furacão
No vão da porta
Nos brancos das pautas
No papel entre as linhas
No nada-de-nada entre universos
Na pausa sincopada
Na cesura da sinfonia

Ali moro eu
Entre a noite e o dia.


NY, abril de 2007

Um comentário:

un dress disse...

no preciso momento

em que a água se queda



no trilho do rio

ali moro eu

dúvida infinita.



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