quarta-feira, 15 de junho de 2011

Surubim


Na desova da piracema
quando pescador honesto
recolhe suas tarrafas,
o surubim, peixe de couro,
rastreia silencioso a barriga do rio.
Mas na feira de domingo
o pescador, homem de couro,
remendando a rede repete sempre:
surubim é peixe ignorante.
No São Francisco desceu
a vida toda peixe morto.
Surubim não sabe saltar.
Sai de dentro d’água e,
com a velocidade que vem,
bate com a cabeça na pedra
e morre na hora.
É essa a burrice do surubim,
apesar da carapaça que o reveste,
e do fundo escuro de leito de rio,
das esquisitices do lodo negro em que
só surubim se atreve.


2006

10 comentários:

na vinha do verso disse...

que belo olhar

e o chico continua aí
batendo cabeça

abs, Lavínia, poeta surubim

paraneura disse...

http://paraneura.blogspot.com/
meu blog por favor leia e veja se gosta! obrigada o seu é otimo fiquei fã

f.f. disse...

eu sou um surubim

fouad talal disse...

hiato poético ls?

Adriádene disse...

O que li hoje no seu blog, que visitei pela primeira vez, me fez chorar. Você transborda talento. Obrigada!

Augusto Dias disse...

Li auguns escritos aqui e gostei muito.

Parabéns pelo trabalho poeta!

Um abraço!

Anônimo disse...

moça,
volta.

f.f. disse...

KD VC?!

Anônimo disse...

Olas Lavinia,

Parabens pelo blog e excelentes poesias.
Um gênero que merece mais divulgação
em nosso país.

Estou começando também um blog de poesias.

Quando puder, da uma olhada em:

http://ozonioazul-poesia.blogspot.com/

Comentarios seriam super bem-vindos.

Tudo de bom, Eridanus

Anônimo disse...

ai de mim que há meses não leio um poema novo seu.

saudade de suas letras.
f. talal