domingo, 12 de novembro de 2006


Dia e noite



I.

Esta praia se curva
feito uma grande cimitarra,
o fio da navalha fincado no mar.
À noite percorro a lâmina reluzente.

Sob todo mar revolto dorme
uma perfeita calmaria
talvez. Uma fina camada
abraçada ao chão do mar.

De dia, a cada mergulho
toco de leve a areia do fundo
para não esquecer.


II.

Acordo com o sussurrar
do papel-seda:
No escuro
você se dobra e desdobra
Menino-origami.
Gavião, espada,
pégaso, violão.
Estendo a mão
para tocar de leve
o teu coração irrequieto.

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