I.
Esta praia se curva
feito uma grande cimitarra,
o fio da navalha fincado no mar.
À noite percorro a lâmina reluzente.
Sob todo mar revolto dorme
uma perfeita calmaria
talvez. Uma fina camada
abraçada ao chão do mar.
De dia, a cada mergulho
toco de leve a areia do fundo
para não esquecer.
II.
Acordo com o sussurrar
do papel-seda:
No escuro
você se dobra e desdobra
Menino-origami.
Gavião, espada,
pégaso, violão.
Estendo a mão
para tocar de leve
o teu coração irrequieto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário