quinta-feira, 28 de junho de 2007
Nao me perguntem
Nao sei bem de onde venho
Muito menos
Pra onde vou.
Nem sei bem quem andei sendo
Muito menos
Quem hoje sou.
E isso (estranhamente)
Me basta.
Um vento me deitou
Uma flor amarga na lingua
E me chamou ofegante, Vem
Que eu vou te mostrar
A musica que emana desta terra.
Eu encostei o ouvido no chao
Ouvi o burbulho de riachos
O ranger de engenhocas
A valsa lenta dos continentes
O cavucar dos bezouros
O espichar das raizes
Cada pedra de moenda
Ossos e ossos estalando.
Por baixo disso tudo eu ouvi
Um silencio descabido
Um vazio descomunal
Que eu nao sei se era
Um reconforto ou terror.
quinta-feira, 14 de junho de 2007
Faz muito tempo que acordamos longe da nossa terra.
Em sonhos e delirios vemos a palha dos tetos das casas que foram nossas
Desaparecer por tras de montes que tinham nomes na nossa lingua.
E os cumes daqueles montes somem por tras de outros montes
Com nomes que a nossa lingua desconhecia.
Entre nos e a nossa terra ha tambem planicies aridas e vermelhas
Onde secaram as nossas bocas e os olhos de nossos filhos.
E raizes de arbustos com nomes que escorrem por nossas frontes e
Nos agarram pelos pes e nos fincam neste solo estranho.
E as solas dos nossos pes que nos trouxeram ate aqui
Elas ja nao lembram mais o caminho de volta.
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