A lapela do terno
do homem do discurso
é mais negra que
a própria noite.
Ela carece de estrelas.
Ela carece de lua.
E lhe falta também a
auréola luminosa
que desbota a noite
das grandes cidades.
Eu me perco nessa lapela
e no seu breu absoluto.
Eu me encontro no breu
dessa lapela-que-é-poço.
As palavras do homem
por trás dessa lapela
se deslizam desdobráveis
por entre os meus átomos
feito água na peneira.
Mas esse breu—
ele me é sólido e perfeito.
Esse breu me convida, me
transporta e me pára.
Um comentário:
Lavínia, te vi no insanidade construtiva, adorei o que você escreve! me identifiquei muito!
também escrevo, se tiver tempo, dê uma olhada em http://mmedula.blogspot.com
beijos!
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