Pegue o poema morto
Na palma da mão
Feito um passarinho
Pequeno
E delicado
Tenha cuidado
Tenha muito cuidado
As sílabas se soltam e
caem
Escorregam por entre os dedos
Estilhaçam no chão feito
Ossinhos
De
Porcelana
Abra bem a boca. Abra mais.
Deite o poema sobre a língua
Sem morder nem pensar num só movimento
Engula.
Um comentário:
querida lavínia,
é um prazer e uma honra receber um poema seu.
seus versos me prendem e libertam ao mesmo tempo. sem alarde nem arabescos, você chega ao cerne do que há de humano em nós.
meu carinho e admiração.
ft
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