Com ternura: puxar a ponta
Da sobra da corda
Pelo orifício da cravelha.
Girar, girar, girar
Até que a corda ceda.
Então, com dedos calejados
Desamarrá-la do rastilho.
Chamá-lo assim:
Meu doce alaúde,
Minha violinha caipira.Pensar no amado.
Com raiva: arrancar cada corda
De um só estirão.
Sentir o corte do náilon
Na palma da mão.
A corda estala,
As cravelhas saltam,
O rastilho estoura,
O braço se parte,
Madeira e verniz
Rasgando de dor.
Algo há de ceder: o violão
Ou você.
4 comentários:
Demais seu texto... diz tudo!
Bjs
rita
Putz... sem palavras, só uma dor.
Muito bom mesmo, parabéns! Sou luthier e gostaria de publicá-lo no meu blog! Aguardo autorização.
muito bom!
tive sorte de poder ter encontrado um poema desses numa internet tão grande
beijos
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